Cartografia dos Desejos
Vivemos acinzentada/os nos corpos, nos dias e nos desejos.
Urge reclamar o direito à liberdade do desejo, de questionar e contrariar modelos padronizados e dominantes de produção de subjetividades,como forma urgente de construção, reconstrução e desconstrução da realidade.
Cartografia dos desejos, título inspirado em Suely Rolnik e Félix Guattari, propõe um espaço e tempo de reflexão e exercício do simbólico com os diferentes grupos de Paredes de Coura, Santarém e Portimão. Convoca os protestos dos inconscientes e conscientes, como processo de construção coletiva de outro devir - esse movimento orgânico e permanente de passagem da potência ao ato. Os desejos individuais e coletivos como ativação e inspiração para a ação cívica e política.
“Porque é que às vezes é tão difícil definir o caminho para onde vamos?”
“Como é que fazes para saber a direção por onde seguir?”
É preciso escutar o desejo! O desejo desenha linhas, e todas essas linhas juntas formam um grande emaranhado, uma rede de palavras, atos, cenas, coisas que nos misturam a todos num mundo por descobrir! É como se um mapa interior se fosse desenhando e o mapa se transforma num movimento que vai do coração e da barriga até a sola dos pés.
Caminhamos, caminhamos, e cada ponto de chegada é sempre um novo ponto departida.
Desejo é chegada e adeus!
Portimão
Santarém
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direção artística: Maria João Mota, Francisco Babo e Júlia Medina
cenografia: Fernando Almeida
texto: Júlia Medina, a partir da criação coletiva
apoio à direção artística: Francisco Saraiva de Almeida
direção de produção: Carina Moutinho
fotografias: João Roldão
Este projeto integra o programa Atos da Odisseia Nacional. Uma iniciativa do Teatro Nacional D. Maria II, em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian.
Estreia: Paredes de Coura - 11 de março de 2023